Archive for the ‘vidinha de merda’ Category

Bairro de firma

julho 17, 2014

firma

No quesito urban fail poucos lugares ganham de São Paulo, uma cidade cheia de fenômenos urbanísticos de dar medo. Um deles é o bairro de firma, aquele lugar com alta concentração de escritórios e que por conta disso se tornam lugares hostis a pessoas com sistema nervoso fraco. Quatro maneiras de você reconhecer que está num bairro de firma:

Crachazismo. Tipo de TOC corporativo que leva a pessoa a ter orgulho de andar com o crachá no pescoço. Se um dia você se ver numa rua onde as pessoas estão todas sinalizadas com nome e cargo, caminhando numa velocidade acima do normal, batata, você está num bairro de firma.

Barreirinha humana. São aqueles grupinhos que trabalham juntos, saem juntos, almoçam juntos e andam blocadinhos fazendo barreiras humanas na calçada. E você fica atrás inalando fumaça (sim, eles fumam juntos também) tentando ultrapassar o povo. E quando você dribla uma, pá, tem outra lá na frente.

Quilo descontrol. Nada contra restaurante de quilo. Na verdade até simpatizo por conta do valor, o problema é quando você tem que almoçar com um cliente, uma paquera, ou algum amigo e só tem quilo no bairro. É puxado demais tentar manter o glamour com bandejinha na mão viu.

Sinal E. Pra mim o pior. Pois não há 3G que aguente (no Brasil, claro) a densidade demográfica dos bairros de firma somados a profusão de departamentos de TI. Qualquer dia desenvolvo uma úlcera tentando abrir apps de importância vital (alô, Instagram?) enquanto o fantasminha do sinal Edge tripudia na minha cabeça.

Mas louco, louco mesmo, é ver como estes bairros se transformam num paraíso nos finais de semana, sem trânsito, sem barreirinhas, sem cigarro e sem estresse. Se um dia um santo estender o final de semana para três dias, posso até pensar em cotar o Itaim ou a vila Olímpia para chamar de meu. Mas até lá…

Deu mole

julho 29, 2011

Maria vinha na quebrada. Cel na mão, bolsa no braço, Louboutin no pé e nada na cabeça. Tomou um pescotapa na esquina e ficou só com os sapatos (a única coisa realmente de valor). Mas podia ter evitado o susto se não tivesse dado mole.

Zeca morou fora. Caminhava pela rua como se caminhasse pela Plaça Catalunya. Trombou uma bike e acabou caminhando mesmo pro hospital.

Lucão é cheio de razão. E de ternos, de tiques nervosos e de pressa. Numas, meteu o pé na faixa antes de sinal abrir. Hoje, além de tudo o que ele já tem, também tem um gesso na perna.

Moral das história (sic), o mundo está um caos, as cidades violentas e as pessoas cada vez mais malucas. Se for pra dar mole que seja pra paquera do bloco C, que mesmo perdendo você sai ganhando.